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De acordo com a Agência Brasil, a S&P justificou a
medida afirmando que a dívida geral do governo brasileiro – indicador usado em
comparações internacionais – é alta e que o crescimento real do Produto Interno
Bruto (PIB) é baixo, devendo ficar em 1,8% em 2014 e 2% em 2015.
O governo, explica a Standard, estaria
dando sinais mistos em relação aos gastos em ano de eleição e existiria pouca
confiança no ambiente de negócios que se reflete em perspectivas mornas para os
investimentos do setor privado. Além disso, o endividamento maior da população
deverá fazer o consumo crescer menos.
A S&P já havia indicado, em junho do ano passado, que
poderia cortar a nota do Brasil por causa do baixo crescimento da economia e da
redução do esforço fiscal.
Reflexos
O rebaixamento da nota, apesar do “investment grade”,
deve levar parte dos investidores estrangeiros a preferir outros mercados
mundiais onde o desempenho da economia apresenta melhores perspectivas. “Alguns
fundos de pensão norte-americanos exigem BBB pleno para cima”, explica o economista
Gilberto Braga, professor do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais
(Ibmec-Rio).
Esta migração de investimentos pode afetar o mercado
financeiro no Brasil e refletir-se também no câmbio e nas taxas de juros,
principalmente nas operações de empréstimo no exterior. Outro efeito colateral
negativo é o esfriamento das expectativas de investimentos em empreendimentos
no País.
Em relatório divulgado no fim da tarde desta segunda-feira,
no entanto, a agência classificou a nota soberana do País com perspectiva
neutra, o que indica que a classificação não será rebaixada nos próximos meses.
Confiança
A classificação de risco por agências estrangeiras representa uma medida de confiança dos investidores internacionais na economia de determinado país. As notas servem como referência para os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar dinheiro emprestado dos investidores.
As agências de classificação de risco fornecem notas que
servem de parâmetro para a credibilidade de governos e empresas no mercado
financeiro. Essas agências, no entanto, foram criticadas em 2008 por terem dado
notas altas para as operações de venda de créditos imobiliários nos Estados
Unidos que entraram em colapso e desencadearam uma crise econômica global.
Em fevereiro do ano passado, o Departamento de Justiça
dos Estados Unidos abriu investigação contra a Standard & Poor's por
suspeita de fraude na classificação de produtos hipotecários.
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