O brasileiro poderá comprar na farmácia um autoteste para identificar HIV e usar ele mesmo para saber se está contaminado com o vírus causador da Aids, a exemplo do popular teste para gravidez, em que a própria pessoa consegue um indicativo se está ou não grávida.
O autoteste para HIV foi regulamentado
Divulgação/Anvisa
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Com isso, o Brasil passa a ser um dos poucos do mundo a
adotar esta medida. A estratégia tem por objetivo ampliar o acesso ao
diagnóstico, o que configura-se em mais um instrumento para auxiliar no
controle da infecção no Brasil. O produto poderá ser obtido em farmácias,
drogarias, postos de medicamentos, serviços de saúde e programas de saúde
pública.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou
a regulamentação que permite o registro
no Brasil de autotestes para a triagem do vírus HIV e que poderão ser
utilizados por usuários leigos.
O novo regulamento técnico tem como um de seus objetivos
o impacto na redução da transmissão do vírus e na queda do surgimento de novos
casos.
A Anvisa atendeu ao Departamento de DST/Aids e Hepatites
Virais do Ministério da Saúde, que solicitou o apoio da agência para
regulamentar a comercialização de autotestes de HIV.
Exigências de fabricação
De acordo com a norma aprovada pela autoridade sanitária,
os testes para HIV deverão conter informações claras que indiquem seu uso
seguro e eficaz, inclusive com fotografias, desenhos ou diagramas que sobre a
obtenção da amostra, execução do teste e leitura do resultado.
Os fabricantes também serão no esclarecimento quanto à
janela imunológica humana, que é o intervalo de tempo entre a infecção pelo
vírus e a produção de anticorpos no sangue, bem como orientações de conduta do
indivíduo após a realização do teste.
Além disso, os produtores terão de disponibilizar um
canal de comunicação telefônico de suporte ao usuário 24 horas, durante os sete
dias da semana, e uma embalagem contendo indicação do serviço Disque Saúde do
Ministério da Saúde (136).
É importante deixar claro que o autoteste não substitui o
exame laboratorial que comprova ou descarta a contaminação pelo vírus HIV. Trata-se apenas de um método para triagem, ou
seja, um indicador de eventual contaminação. Se o paciente tem razões para suspeitar
que pode ter se contaminado, ele deve procurar um serviço de saúde
especializado e realizar testes laboratoriais.
Outro ponto importante a se destacar é que o autoteste
não poderá ser utilizado, de forma alguma, na seleção de doadores em serviços
de coleta de sangue.
Ainda não se sabe quando os autotestes estarão disponíveis
nas prateleiras das farmácias e outros pontos de distribuição. Isso depende de
empresas se interessarem em produzir e comercializar o produto e realizarem
todos os registros necessários. Mas, com a regulamentação, isso torna-se
possível de acontecer a curto prazo.
Qualidade de vida
O Ministério da Saúde estima que cerca de 143 mil
brasileiros não sabem que são portadores do HIV. Daí a necessidade de estabelecer políticas
públicas que ampliem a disseminação de informações sobre a infecção pelo HIV e o
acesso ao diagnóstico.
O conhecimento do estado de saúde permite melhorar a
qualidade de vida das pessoas diagnosticadas e reduzir a probabilidade de
transmissão do vírus, auxiliando no controle da infecção pelo HIV.
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