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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Repelentes contra mosquitos são insatisfatórios


A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), uma organização não governamental fundada em 2001 e que defende o direito do consumidor, testou 10 repelentes existentes no mercado e imaginem: os resultados não foram satisfatórios em todos eles.

A Proteste testou 10 repelentes em relação à sua segurança e sua eficácia
Reprodução
Os repelentes são bastante usados como uma barreira contra mosquitos. São uma importante arma na defesa contra a contaminação de doenças como a dengue, a febre chikungunya e, mais recentemente, a febre do zika vírus.

Foram testados 10 produtos disponíveis no mercado: 5 amostras voltadas para o uso adulto/família (Exposis Extreme, Moskitoff, Super Repelex, Off!, Xô inseto!) e 5 amostras voltadas para o uso infantil (Johnson's, Off, Super Repelex, Huggies, Turma da Mônica, Xô inseto!). Também passaram por testes 2 aplicativos para smartphones que prometem afastar o mosquito do usuário.

Os testes levaram em consideração três quesitos: a proteção em horas contra as espécies de mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus, a veracidade das informações do rótulo e se a composição dos produtos apresenta risco de causar alergias ou efeitos adversos a longo prazo.

De acordo com a Proteste, todas as marcas estão de acordo com a legislação no que diz respeito à rotulagem obrigatória de produtos cosméticos. Algumas, porém, apresentaram rótulo ilegível, o que dificulta ao consumidor ter plena compreensão das informações contidas.

Além disso, a maioria das marcas não entrega a proteção (em horas) descrita em seus rótulos.

Dentre os produtos para uso familiar, a marca Exposis teve o melhor desempenho no teste de eficácia, protegendo por quase 3 horas contra o mosquito da dengue, apesar de estar bem distante das 10 horas prometidas no seu rótulo.

Apenas o Moskitoff apresentou resultados de acordo com o rotulado (2 horas e meia). Os produtos Off! (2 horas) e Xô Inseto também se aproximaram das horas descritas no rótulo.

Dentre os produtos de uso infantil, apenas o Off! Kids se aproxima do tempo de proteção prometido no rótulo. Já o “Turma da Mônica”, apresentou o pior resultado no quesito “proteção”.

Com relação aos dois aplicativos para celular testados, nenhuma atividade repelente foi observada, portanto seu uso é desaconselhado.

As marcas Super Repelex, Xô Inseto e Moskitoff foram eficazes contra a espécie Culex, mas não tiveram o desempenho esperado contra a espécie Aedes, ou seja, apresentam curta proteção contra a dengue.

Os produtos de uso infantil também não apresentaram bom desempenho na proteção contra o mosquito Aedes. Já com relação à outra espécie analisada, os produtos Johnson's Baby e Xô Inseto Kids foram eficazes. Apenas o produto Exposis demonstrou eficácia na proteção contra ambas as espécies de mosquito testadas (Aedes Aegypti e Culex).

De acordo com a Proteste, todas as marcas infantis testadas apresentam risco de reações alérgicas nas primeiras 24 horas. “Os piores resultados ficaram com os produtos Super Repelex e Xô Inseto Kids. O Produto Turma da Mônica não pôde ter o risco da exposição (aguda e crônica) avaliado porque não traz no rótulo a concentração do ativo repelente IR3535”, afirma nota divulgada.

De maneira geral, pode-se dizer que os produtos testados conferem proteção, porém, a maioria de curta duração. Como nenhum produto apresentou os resultados esperados, não há indicação de “Melhor do Teste” nem “Escolha Certa”.

Os resultados dos testes foram encaminhados às indústrias e a Proteste promete denunciá-las à Vigilância Sanitária caso elas não se adequem.

É importante lembrar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que os repelentes não devem ser usados em crianças menores de dois anos. Em crianças entre dois e 12 anos, a concentração dever ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos. E não há qualquer impedimento para a utilização de repelentes por mulheres grávidas, desde que estejam devidamente registrados na Anvisa e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo.

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