Pelo menos uma a cada
duas a três crianças que utilizam o andador para bebês sofrem traumatismos em
acidentes com este equipamento e em um terço destes casos as lesões são graves.
O alerta é da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) começou nesta
segunda-feira uma campanha contra o uso de andadores.
Andadores aumentam o risco de acidentes com bebês
Shuhrataxmedov/Wikimedia
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Outro efeito
indesejado do uso dos andadores, segundo a CBP, é relacionado à evolução da
criança: bebês que usam o equipamento levam mais tempo para ficar de pé e para
caminhar sem apoio, engatinham menos e têm resultados inferiores em testes de
desenvolvimento.
O exercício físico
também é prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele dê mais mobilidade e
velocidade, a criança precisa gastar menos energia com ele do que tentando
alcançar o que lhe interessa sem ajuda.
A entidade explica
que um dos principais fatores de risco para a ocorrência de traumas em crianças
é a intenção dos pais em oferecer à criança mais independência do que sua idade
permite. Frequentemente, ela acaba tendo acesso a objetos e locais que podem
provocar queimaduras, intoxicações e afogamentos.
Geraldo
Henrique Soares, pediatra professor da Faculdade de Medicina de Botucatu e que
já atendeu muitas crianças que sofreram acidente envolvendo andadores, acredita
que o equipamento mais propicia acidentes do que ajuda no desenvolvimento
infantil.
Em Passo Fundo, no
Rio Grande do Sul, desde 2010 o uso de andadores por crianças em creches e
escolas públicas é proibido. Isso ocorreu depois da morte de uma criança de 10
meses, que caiu enquanto usava um andador. Rui Wolf, o pediatra que atendeu à
criança, entrou com denúncia no Ministério Público, que em seguida recomendou
que a prefeitura proibisse o uso do equipamento. “A venda de andadores deveria
ser proibida em todo o Brasil”, diz Wolf.
Ainda esta semana, a
SBP vai se reunir com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro) para que os dois órgãos possam discutir a segurança do
andador e as providências possíveis.
(com informações da
Agência Brasil)
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