Frangos de corte: cuidados com o bem estar das aves
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A ideia é utilizar uma metodologia usando um sistema que
possibilita aferir o estado cerebral por meio do Eletroencéfalograma (EEG). O
objetivo principal é estabelecer um procedimento de equivalência em relação às
exigências da União Europeia (UE) de bem estar das aves durante o abate,
fundamental para garantir presença do produto brasileiro naquele rico mercado
consumidor.
Nas indústrias que processam a carne de frango, o abate
normalmente é feito após a eletronarcose (insensibilização usando corrente
elétrica). O sistema provoca o atordoamento da ave antes da sangria, evitando
seu sofrimento. “A eletronarcose usa uma corrente elétrica suficiente para
insensibilizar a ave até o momento da sangria com menor impacto na qualidade da
carcaça”, explica o professor Ernane José Xavier Costa, do Lafac.
A norma da UE tem preconizado a eletrocussão, que provoca
parada cardíaca nas aves, o que deve ser feito empregando-se uma corrente
elétrica mais alta que a usual. O problema é que tal procedimento causa danos
nas carcaças, com consequente incremento de perdas na carne de peito.
Foi a partir desse impasse que o Lafac se uniu à Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves (com sede em
Concórdia, Santa Catarina) e com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) para
pesquisar parâmetros equivalentes a serem propostos à União Europeia, com
respaldo em análises de EEG das aves.
Ao se adotar os parâmetros de corrente elétrica
estabelecidos pela UE há perdas de qualidade na carne, principalmente na parte
nobre (peito). “O incremento nas perdas de carne de peito é superior a 15%”,
contabiliza a coordenadora técnica da Ubabef, Sulivan Pereira Alves.
“Isso numa planta que abate cerca de 220 mil frangos por dia, pode significar
algo em torno de 99 toneladas anuais de carne de frango que deixam de ser
consumidas, o que equivale ao consumo de carne de frango de 220 brasileiros.
Sulivan lembra que atualmente são 53 estabelecimentos
habilitados para a UE, “então ao projetarmos essa perda para todos os
estabelecimentos, o volume da carne perdida é um absurdo”.
Com a metodologia do Lafac foi possível comprovar que a
eletronarcose aplicada foi suficiente para provocar um estado de epilepsia nas
aves antes do abate propriamente dito. “O sistema wireless remete as
informações a um computador por meio de um software desenvolvido em nosso
laboratório que usa técnicas avançadas de processamento digital de sinais”,
descreve Xavier.
(com informações da Agência USP)
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