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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Brasileiro deve metade de sua renda, diz o BC

Os brasileiros estão com quase a metade de seus rendimentos comprometidos com dívidas. A conclusão consta em levantamento divulgado pelo Banco Central (BC) na última sexta-feira. O grau de endividamento em relação ao rendimento do brasileiro é de 45,36% de sua renda, o maior nível registrado desde o início da série, em janeiro de 2005.

O grau de endividamento do brasileiro atinge 45% de seus rendimentos
John Gardiner/sxc.com
O número refere-se à comparação entre as dívidas das famílias com o Sistema Financeiro Nacional e os rendimentos acumulados nos últimos 12 meses.

Há oito anos, esse percentual correspondia a apenas 18,39%, mas subiu gradualmente até ultrapassar 40% em março de 2011. Mesmo com esse salto, os brasileiros ainda usam pouco o crédito na comparação com as economias avançadas.

Segundo o BC, as famílias brasileiras comprometem, em média, 21,4% da renda mensal com prestações. Desse total, 12,74% referem-se a juros e somente 8,66% dizem respeito à amortizações, pagamento do principal da dívida que reduz o saldo devedor.

Outros países

Apesar de ter atingido níveis recordes, o endividamento das famílias brasileiras é baixo em relação a outros países, onde a população deve mais do que a própria renda.

Nos Estados Unidos, de acordo com o órgão responsável pelo censo, o endividamento médio das famílias equivale a 101,7% dos rendimentos.

Na Europa, as dívidas superam 100% da renda na Estônia, na Espanha, na França, em Portugal, na Finlândia, na Suécia e no Reino Unido, conforme o Eurostat – órgão oficial de estatísticas da União Europeia. Na Dinamarca, na Irlanda, no Chipre, na Holanda e na Noruega, a proporção supera 200%.

De acordo com o economista Fabio Gallo, especialista em crédito da Fundação Getulio Vargas, o que impede o endividamento dos brasileiros de atingir os níveis dos países desenvolvidos são os juros altos, que se refletem no alto valor das prestações. “A grande diferença do Brasil em relação aos países avançados nessa questão não está somente no nível de endividamento, mas no serviço da dívida, que é muito mais alto no Brasil do que em outros países”, explica.

(com informações da Agência Brasil)

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