O pecuarista terá de investir em tecnologia para ampliar a produção
André Lage Freitas/Wikimedia
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As conclusões são resultados de estudos realizados pelo
agrônomo André Santana Andrade, que elaborou cenários futuros para a produção
de pastagens da espécie Brachiaria brizantha cv. Marandu em função de projeções
de mudanças climáticas no território paulista. “Buscamos identificar as
principais vulnerabilidades do sistema de produção frente a tais mudanças e
propor alternativas para minimizar os impactos”, afirma Andrade.
O projeto revelou que, em geral, as projeções mostraram
um aumento futuro no potencial de produção. Com base no clima dos dois modelos
de simulação avaliados, Precis e ETA-CPTEC, houve um aumento médio de 42% e
36%, respectivamente, na produção potencial climática de pastagens.
“Isso significa que, se as pastagens forem manejadas
semelhantemente ao modelo de Cruz e colaboradores, que desenvolveram o modelo
vegetal, haverá um aumento global de produção de forrageira no Estado de São
Paulo”.
Nas simulações realizadas durante o estudo, foram
considerados alguns cenários de emissões de gases de efeito estufa. Esses
cenários são estabelecidos nos relatórios do Painel Intergovernamental Sobre
Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Consideramos os cenários A2 (alta emissão) e B2 (baixa
emissão). Para se realizar as projeções, foi necessário ter uma base de dados
observada, que considerava o clima atual. Os dados do período de 1963 a 2009,
de 23 estações meteorológicas, constituíram esta base”. Os períodos simulados
foram de 2013 a 2040, e de 2043 a 2070.
Grandes oscilações de produção
Apesar do aumento anual previsto na pesquisa, Andrade
alerta que a variação da produção irá aumentar entre estações e entre anos.
“O aumento absoluto será maior na estação chuvosa,
tornando a estacionalidade de produção mais marcante. Tal resultado é mais
evidente nas simulações com o modelo ETA-CPTEC e para solos com menor
capacidade de retenção de água”.
Segundo o pesquisador, os resultados variaram muito entre
regiões, especialmente para cenários do ETA-CPTEC. Regiões mais quentes, como
oeste do estado, tem maior potencial de produção, porém terão menor incremento
relativo no futuro.
O pesquisador afirma que, em relação à oferta de carne e
leite, que são os principais produtos obtidos das pastagens, não se espera
impactos preocupantes quanto ao clima no Estado de São Paulo, uma vez que o
potencial de produção será maior.
Os produtores rurais, classe mais diretamente ligada à
produção de pastagens, terão que lidar no futuro com mais tecnologia para se
adaptar às maiores oscilações de produção.
(com informações da Agência USP)
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