Cuidadores informais de idosos são geralmente mulheres
Divulgação/Governo do RJ
|
“Podemos perceber pela literatura científica que a sociedade atribui à mulher a tarefa de cuidar, reconhecida como função inerente de mãe, esposa e filha. No estudo, comprovamos que 87,1% dos cuidadores eram do sexo feminino, constituídos por filhos e cônjuges”, afirma Edilene.
A pesquisadora entrevistou 132 cuidadores informais entre setembro de 2012 e fevereiro de 2013, nas áreas cadastradas das Equipes de Saúde da Família, no município de João Pessoa, na Paraíba. A idade média dos cuidadores é em torno de 50 anos e o tempo médio dedicado ao cuidado de idosos chega a sete anos.
De acordo Edilene, 45,4% dos entrevistados relataram acreditar que seu estado de saúde vem piorando devido aos cuidados fornecidos, 57,6% consideram a tarefa psicologicamente difícil e 51,5% sentem-se cansados e esgotados com a função.
Rotina alterada
Outro resultado que chamou a atenção da pesquisadora foram implicações na vida pessoal do cuidador provenientes da tarefa de cuidar, como, por exemplo, situações que afetam a rotina e a sua saúde. “Eles desenvolvem sentimentos negativos, conflitos internos, vontade de fugir da situação vivenciada, ocasionando sobrecarga física, emocional e social”, conta Edilene.
“Entretanto, há a presença de sentimentos positivos decorrentes da relação afetiva entre o cuidador e o familiar e da função de cuidar”, ressalta a pesquisadora.
Para a enfermeira, é importante que os cuidadores tenham conhecimentos sobre a prática de sua função. “Acesso a informações a respeito do agravo a saúde do idoso, como agir em situações de perigo, uso de medicamentos e tantos outros conhecimentos imprescindíveis para a promoção da saúde e manutenção da capacidade funcional deste público.”
Edilene conta que o envelhecimento populacional, atrelado às doenças crônicas e à redução da capacidade funcional do idoso, implica na constante necessidade de algum membro da família assumir a função de cuidador.
“Com isso, estudos voltados a essa realidade, conhecendo melhor essas pessoas que exercem essa atividade, tornam-se necessários tanto para melhorar a prática, quanto a qualidade de vida dos cuidadores e dos idosos”.
“Com isso, estudos voltados a essa realidade, conhecendo melhor essas pessoas que exercem essa atividade, tornam-se necessários tanto para melhorar a prática, quanto a qualidade de vida dos cuidadores e dos idosos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário