A taxa média de juros nas operações de crédito em junho atingiu o maior nível desde novembro de 2009 tanto para pessoas físicas como para empresas. É o que aponta levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), divulgado ontem.
Esta foi a sexta elevação no ano e a nona consecutiva.
Das seis linhas de crédito pesquisadas para pessoa física, todas tiveram juros maiores no mês. Com isso, a taxa média subiu 1,02%, passando de 6,87% ao mês para 6,94% em junho.
Entre os segmentos pesquisados, o cartão de crédito, que registra a maior taxa de juros, teve a alta mais expressiva em junho. O percentual passou de 12,34% ao mês em maio para 12,54% no último mês, uma elevação de 1,62%. Em seguida, está o cheque especial, cuja taxa variou 1,11% (de 9,9% para 10,01%).
Segundo o levantamento, os juros mais baixos cobrados do consumidor são para aquisição de veículos, resultado do encalhe de unidades nas montadoras. Em junho foi possível financiar automóveis em bancos com taxa de 2,1% em junho. Em maio, o percentual estava em 2,08%, uma variação de 0,02 ponto percentual.
Para empresas, as três linhas de crédito também apresentaram taxas maiores. Na média, foi verificada alta de 0,75%, passando de 4% ao mês em maio para 4,03% ao mês em junho. A taxa é a mais alta desde julho de 2011. Em 12 meses, os juros para pessoa jurídica acumula alta de 0,93%.
As altas seguidas dos juros tanto para pessoas físicas como para jurídicas devem-se principalmente às contínuas elevações da Taxa Básica de Juros (Selic) pelo Banco Central.
Mas para a Anefac há também outros fatores que colaboram para este encarecimento do crédito. A inflação mais elevada e aumento de impostos aumentam o risco de crescimento da inadimplência, pois reduzem a renda das famílias. Além disso, o País também sofre com o baixo crescimento econômico, o que deve promover crescimento dos índices de desemprego.
Tudo isto somado e o fato de que as expectativas para 2015 serem igualmente negativas em relação a todos estes fatores levam as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a disparada do calote.
Para a Anefac, as perspectivas não são nada animadoras: a tendência é de que os juros continuam subindo nos próximos meses.
Para quem está pendurado no cartão de crédito ou no cheque especial, a ordem agora é meter o pé no freio. O primeiro passo é planejar os gastos mensais, identificar o que é essencial e o que é supérfluo. Os gastos desnecessários devem ser erradicados e o dinheiro correspondente destinado ao pagamento das dívidas.
O consumidor deve fazer um levantamento de suas dívidas e planejar os pagamentos de tal forma que ele tenha uma perspectiva real de quando poderá iniciar uma poupança. É com este dinheiro guardado que se poderá, no futuro, comprar os bens e serviços que ele deseja, à vista, sem voltar à situação de endividado.
Afinal, canja de galinha e cuidado com as contas não fazem mal a ninguém.
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